Hoje dia 18 de abril comemora-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Este ano o tema proposto pelo ICOMOS – International Council on Monuments and Sites é “Património e clima”, colocando na agenda problemas e respostas para uma ação climática inclusiva, transformadora e justa, a partir do património cultural.
Em Torres Novas, celebra-se a data em dois momentos.

 
Festividades da Páscoa e da Semana Santa em Torres Novas – II parte
Depois da componente religiosa, iremos agora partilhar alguns apontamentos sobre as festividades do ciclo pascal no concelho de Torres Novas, na sua versão profana, de tradição, festa e celebração popular.
Em Árgea, a meio da Quaresma, um grupo de rapazes fazia a serração da velha. Simbolicamente, expulsava-se o inverno, o que é velho e infértil, para acolher a primavera. Os jovens chegavam à porta de uma velha, e recitavam uma quadra satírica chamando a atenção para aspetos que eram alvo de crítica social ou preconceito, ou qualquer característica pela qual aquela pessoa era conhecida, como:
Sarra-se (serra-se) a velha
A Anita Ferreira
Que está na cama
Com uma grande bebedeira
Noutras terras, explicam-nos os autores da monografia «Árgea, história e Património», serrava-se a própria Quaresma.

 
Há 230 anos, os torrejanos protestaram contra a poluição
No Senado Municipal, na sessão do dia 11 de abril de 1792, fora apresentado um protesto dos moradores da vila contra a poluição que grassava no rio Almonda. Denunciava o povo torrejano que os resíduos de tinta despejados para o rio, provenientes da fábrica de estamparia de chitas, de Henrique Meuron e David Suabe, estabelecida em 1783, prejudicavam as águas que se destinavam aos gados e aos moinhos de pão. Nesse sentido, a Câmara deliberara que os administradores da fábrica estavam obrigados a tomar providências para a resolução do problema, como a extração das tintas para local próprio a construir que não o rio.
Legenda:
(1) fólio 15 da acta da sessão do Senado de 11 de abril de 1792. AMTN, livro de atas, 1791-1795, liv. n.º 213.
(2) Edifício onde esteve instalada a fábrica de Henrique Meuron e David Suabe. AMTN, Fototeca, cx. 30, n.º 4203.

 
No dia 24 de abril, pelas 11h00, vamos receber a Carolina Beatriz Ângelo.
Médica e feminista portuguesa, foi a primeira mulher a votar no país, em 1911. A lei afirmava que só podiam votar cidadãos maiores de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família. O facto de ser viúva e ter de sustentar a sua filha permitiu-lhe invocar em tribunal o direito de ser considerada “chefe de família”.
Venham com as vossas famílias assistir a esta peça de teatro, na manhã de domingo 24 de abril.
A entrada é livre mas reservem o vosso lugar através do telefone 249 812 535 ou do e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

Festividades da Páscoa e da Semana Santa em Torres Novas – I parte
A Semana Santa é, no calendário cristão, o período que decorre entre o Domingo de Ramos e o sábado antes da Páscoa, e que evoca a paixão e morte de Cristo. Joaquim Rodrigues Bicho, em «A Igreja em Torres Novas no século XX» explica com pormenor como eram as celebrações desta importante festa da Igreja em Torres Novas que, durante muitos anos, se realizaram na Igreja da Misericórdia (as cerimónias estavam a cargo dos irmãos da Misericórdia), onde se encontrava a imagem do Senhor Morto, fazendo-se então a procissão do Enterro. Por exemplo, para 1921, o autor descreve o conjunto das cerimónias que incluíam a bênção dos ramos, várias missas solenes (Domingo de Ramos, quinta-feira santa e Domingo de Páscoa), lava-pés, sermão do Mandato, matinas e laudes (quinta-feira santa); Paixão, Adoração da Cruz, Missa dos Pressantificados e sermão da Paixão, matinas, laudes e sermão da Soledade (sexta-feira), bênção do Lume e da água batismal e missa de Aleluia (sábado de Aleluia), procissão eucarística no templo (Domingo de Páscoa).

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