Em 20 de junho de 1924, António Vieira Grego, Henrique Fernandes e Joaquim da Silva Pires, em representação de 21 operários da construção civil de Torres Novas, enviaram uma representação ao Ministro do Trabalho de então, o conterrâneo matense Júlio Ernesto de Lima Duque, para que aprovasse os estatutos do recente Sindicato dos Operários da Construção Civil de Torres Novas.
No 1º de Maio daquele ano, os trabalhadores da construção civil da vila deram os primeiros passos para a organização da sua associação. O sucesso da manifestação do 1.º de Maio de 1923 e as movimentações do recente Partido Comunista, que organizara um comício em março de 1924 no Rossio de São Sebastião, proporcionaram as condições favoráveis para novas ações do operariado torrejano.
Os estatutos são aprovados pelo Ministério em agosto de 1924. Curiosamente, o manuscrito dos estatutos enviado para as autoridades governamentais apresenta parte do nome do Sindicato rasurado, no caso, a palavra “único”. De facto, quem escreveu os estatutos pensou chamar a associação de Sindicato Único dos Operários da Construção Civil, nos pergaminhos da reorganização anarcossindicalista da Confederação Geral do Trabalho, que relegava a velha etiqueta “associação de classe”, mas houve quem decidisse não optar por uma ligação tão óbvia.
Na sequência da publicação do Decreto 23:050, de 23 de setembro de 1933, que debelou o associativismo operário livre, o Sindicato dos Operários da Construção Civil de Torres Novas extinguiu-se. Foi feita a venda dos seus bens, que renderam 148$50, quantia destinada ao pagamento da renda da sede em dívida, no valor de cerca 150$00.
Legenda: estandarte do Sindicato Único dos Trabalhadores da Construção Civil de Torres Novas, 1924. Oferta ao Museu Municipal Carlos Reis por Júlio Lince. MMCR, n.º 59.

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