56 anos do assassinato do torrejano General Humberto Delgado
56 anos do assassinato do torrejano General Humberto Delgado
A extraordinária mobilização popular proporcionada pela candidatura de Humberto Delgado à presidência da República em 1958 provoca um abalo no regime, um aviso que Salazar não deixa passar em claro.
O rescaldo das eleições proporciona alguns movimentos grevistas e de protesto assim como a organização de estruturas oposicionistas, como o Movimento Nacional Independente, do qual Humberto Delgado fora chefe.
Na sequência da organização da vinda a Portugal do deputado trabalhista e fundador do Serviço Nacional de Saúde Britânico Aneurin Bevan, em 1958, que resultou na prisão de António Sérgio, Jaime Cortesão, Mário de Azevedo Gomes e Vieira de Almeida, Delgado foi alvo de um processo disciplinar, o que o leva a refugiar-se e pedir asilo político na Embaixada do Brasil em 1959.
No exílio, Delgado estabelece contactos com os oposicionistas portugueses do exterior e com o governo republicano espanhol exilado, bem como participa e assume responsabilidades políticas nas acções da tomada do navio Santa Maria (1961) e no assalto ao quartel de Beja (1961-2), para o qual entra clandestinamente em Portugal.