"Eros"

Escultura em mármore, proveniente do sítio arqueológico de Villa Cardilío, patente na área dedicada ao período romano no núcleo de arqueologia do nosso museu.

56 anos do assassinato do torrejano General Humberto Delgado

A extraordinária mobilização popular proporcionada pela candidatura de Humberto Delgado à presidência da República em 1958 provoca um abalo no regime, um aviso que Salazar não deixa passar em claro.

O rescaldo das eleições proporciona alguns movimentos grevistas e de protesto assim como a organização de estruturas oposicionistas, como o Movimento Nacional Independente, do qual Humberto Delgado fora chefe.

Na sequência da organização da vinda a Portugal do deputado trabalhista e fundador do Serviço Nacional de Saúde Britânico Aneurin Bevan, em 1958, que resultou na prisão de António Sérgio, Jaime Cortesão, Mário de Azevedo Gomes e Vieira de Almeida, Delgado foi alvo de um processo disciplinar, o que o leva a refugiar-se e pedir asilo político na Embaixada do Brasil em 1959.
No exílio, Delgado estabelece contactos com os oposicionistas portugueses do exterior e com o governo republicano espanhol exilado, bem como participa e assume responsabilidades políticas nas acções da tomada do navio Santa Maria (1961) e no assalto ao quartel de Beja (1961-2), para o qual entra clandestinamente em Portugal.

A rata-cega



Relatam-nos Artur Gonçalves e António Mário Santos que no dia 2 de fevereiro de 1893 foi inaugurado ao público o caminho de ferro de Torres Novas a Alcanena. Este caminho foi construído e explorado pela Companhia de Caminho de Ferro de Torres Novas a Alcanena, tendo a sua construção sido iniciada em 1888. Antes de a obra, conforme havia sido inicialmente desenhada, ficar concluída, já funcionava o troço de Torres Novas vila, havendo relatos de acidentes anteriores à data da inauguração oficial. Assim em novembro de 1891 surgem referências a um comboio ter subido em grande velocidade a rua do teatro, cometendo «duas infrações ao regulamento» (Santos: 347) e um atropelamento mortal de uma jovem na Ribeira. Aliás, a construção desta linha terá sido polémica a vários níveis, tendo havido várias discussões sobre o traçado e alguns protestos, como o abaixo-assinado da população da vila, em setembro de 1888 contra a construção desta via férrea ou as constantes reclamações e pedidos de indemnização face aos danos em propriedades resultantes da construção da linha.

Em Árgea a tradição de fazer cantigas e danças de roda no terreiro, frente ao adro da igreja, decorria na época dita carnavalesca que, em tempos idos, não se cingia aos habituais três dias de carnaval. Estas danças e cantigas faziam-se logo a seguir ao dia de S. Vicente, isto é, 22 de janeiro, e prolongavam-se até ao Entrudo. A tradição que juntava vozes de rapazes e raparigas que aos domingos faziam ressoar, alegremente, pela aldeia, as suas vozes perdeu-se no tempo, mas sabe-se que no início dos anos sessenta do século XX ainda subsistia.

Referência:

Maia, Maria Helena, Manuela Poitout, Luís Batista, Árgea, História e Património. Torres Novas: Município de Torres Novas, pp. 282, 283 e 353

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