PARABÉNS CARLOS REIS (1863 –1940)
Legenda da imagem:
Reis Pedro Carlos (2006). Carlos Reis. Lisboa : ACD, p.8.
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CHUDE RECEBE APRESENTAÇÃO DO LIVRO "ELAS ESTIVERAM NAS PRISÕES DO FASCISMO"
No mês marcado pelo assassinato de Humberto Delgado, vítima de uma emboscada da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) no dia 13 fevereiro de 1965, a programação de fevereiro do CHUDE-Centro Humberto Delgado pretende ser, também, uma homenagem a todas as pessoas que foram presas, torturadas e mortas pela PIDE.
Além do programa regular do serviço educativo e das visitas acompanhadas, no dia 18 de fevereiro, às 15h, será apresentado no CHUDE o livro «Elas estiveram nas prisões do fascismo», uma edição da URAP-União dos Resistentes Antifascistas Portugueses.
José Pedro Soares, coordenador da URAP e ex-preso político, fará a apresentação do livro, que «procura dar uma contribuição para, como elementar justiça, resgatar de um relativo esquecimento o relevante papel das mulheres portuguesas no combate à ditadura fascista». Esta obra, além das histórias da prisão, inclui uma listagem de mulheres presas e dados estatísticos sobre as prisões e as cadeias. As ex-presas políticas Ana Abel, Bárbara Judas e Georgina Azevedo estarão presentes nesta sessão, trazendo à conversa o seu testemunho enquanto vítimas dos violentos métodos da PIDE, as suas histórias de luta e resistência.
Atraídos por um suposto encontro com oficiais oposicionistas do exército, Humberto Delgado e Arajaryr Campos, sua secretária, foram apanhados no dia 13 de fevereiro numa emboscada, tendo sido assassinados por uma brigada da PIDE, chefiada por Rosa Casaco. O homicídio ocorreu em Villanueva del Fresno, onde hoje se encontra um monumento que, simbolicamente, marca essa data para que não seja esquecida a memória do “General Sem Medo”.
Humberto Delgado foi promovido a marechal da Força Área a título póstumo e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional no dia 5 de outubro de 1990. Em sua homenagem, foi atribuído o nome Humberto Delgado ao aeroporto de Lisboa e, por todo o país, encontramos estátuas e memoriais em sua honra e vemos o seu nome repetido na toponímia, um pouco por toda a parte.
Humberto Delgado afrontou o regime de Salazar com a sua candidatura às eleições presidenciais de 1958. Durante a campanha deu visibilidade às vozes de muitos homens e mulheres que saíam à rua em demonstrações de apoio por um Portugal novo, livre, numa avalanche de esperança democrática.
Mas o regime mobilizou-se prontamente para a fraude eleitoral, tendo os resultados oficiais dado a vitória ao candidato da União Nacional, Américo Tomás. O rescaldo das eleições proporcionou movimentos grevistas e de protesto bem como a organização de estruturas oposicionistas, como o Movimento Nacional Independente. Humberto Delgado foi alvo de um processo disciplinar, o que o levou a refugiar-se e pedir asilo político na Embaixada do Brasil em 1959. No exílio, Delgado estabeleceu contactos com os oposicionistas portugueses do exterior e com o governo republicano espanhol exilado. Participou e assumiu responsabilidades políticas nas ações da tomada do navio Santa Maria (1961) e no assalto ao quartel de Beja (1961-2) tendo, para isso, entrado clandestinamente em Portugal. Do Brasil, após uma passagem pela Checoslováquia, fixa-se na Argélia, em 1963, onde toma contacto com a Frente Patriótica de Libertação Nacional e assume a chefia do seu órgão diretivo, a Junta Revolucionária Portuguesa. Humberto Delgado e mais um grupo cisionista da Frente Patriótica fundam em 1965 (12 de janeiro) a Frente Portuguesa de Libertação Nacional.
No dia 13 de fevereiro, H. Delgado e a sua secretária são assassinados por uma brigada da PIDE. Nesse mesmo dia, uma comissão de juristas da Liga Internacional dos Direitos do Homem desloca-se a Espanha e a Portugal para investigarem o seu desaparecimento. No dia 24 de abril de 1964 dá-se início ao inquérito judicial espanhol. A 28 de abril de 1965, Mário Soares oferece os seus serviços à família de Humberto Delgado para a representar no processo de denúncia crime.
Para saber mais:
Casa Comum (arquivo Fundação Mário Soares e Maria Barroso)
http://casacomum.org/cc/pesqArquivo.php?termo=assassinato+humberto+delgado
Museu do Aljube
https://www.museudoaljube.pt/fundo-oliveira-pio/
https://www.museudoaljube.pt/doc/humberto-da-silva-delgado/
Aquivo RTP
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/30o-aniversario-da-morte-de-humberto-delgado/
Próxima oficina dia 24 de fevereiro, inscrições abertas!