A dança regressa ao VOLver no próximo dia 15 de junho com "Uma praça de gente a arder"
A performance está a cargo da associação cultural O Corpo da Dança, “Uma praça de gente a arder” é alusiva às manifestações realizadas em Torres Novas em 27 de abril e 1 de maio de 1974, com a projeção de imagens desses dias.
A par do espetáculo, será apresentada uma instalação promovida pelo Museu Municipal Carlos Reis, constituída por 10 fotografias, em que é possível recordar os rostos de milhares de pessoas que participaram nessas manifestações e o ambiente de festa e alegria que então se viveu.
Por fim, decorrerá uma sessão de poesia e serão partilhados testemunhos de quem vivenciou o 25 de Abril, em Torres Novas.
15 de junho | Sábado
Torres Novas - Praça 5 de Outubro
Horário - 23:00
DURAÇÃO - 60 minutos
Público-alvo - Todos os públicos

Promovido pelo Museu de Lisboa e pelo Município de Torres Novas, decorreu a 23 e 24 de maio de 2024 um relevante encontro com momentos de partilha e debate entre diferentes especialistas que apresentaram os desafios com que foram confrontados nas várias fases de ambos os processos de intervenção, salientando o caráter pioneiro de algumas das soluções concretizadas. A primeira edição dos Encontros na Moagem - Fábrica de Moagem da Antiga Manutenção Militar, núcleo em construção do Museu de Lisboa, e da Central do Caldeirão de Torres Novas – Núcleo Museológico, revelou os trabalhos realizados pelas equipas que participaram no processo de conservação e restauro do património industrial integrado dos dois casos em análise. Partilhamos alguns dos registos da jornada de Torres Novas do dia 24 de maio que culminou com a interessantíssima visita à antiga Fábrica de Fiação e Tecidos de Torres Novas, um importante polo do património e da memória industrial de Torres Novas, recentemente adquirido pelo Município tendo vista a sua requalificação futura.

«As eleições ocorreram a 8 de junho de 1958. Na manhã desse dia, o Governo fazia inserir nos jornais nota-oficiosa proibindo a fiscalização das urnas pela oposição!»1

Humberto Delgado era o candidato da oposição e defrontava-se com Américo Tomás, o candidato do regime, nessas presidenciais inéditas pela mobilização popular que a campanha eleitoral de H. Delgado provocou. A campanha ao “estilo americano”, «que eletrizava o país e apaixonava o Mundo»2, pautou-se pela proximidade nas ruas, por slogans e por uma mensagem: LIBERTAR O PAÍS DO MEDO E DA OPRESSÃO3.

«Neste confronto entre ordem e mudança, o facto inédito de Humberto Delgado não ter desistido da ida às urnas e de ter reunido o apoio de toda a oposição provocou um despertar de consciência em camadas da população até então adormecidas. Com as eleições de 1958 fica, pois, lançado o fomento para o sentimento de necessidade de uma mudança política no país, que não mais desaparecerá.»4

As eleições deram a vitória ao candidato do regime. Numa clara fraude eleitoral, Américo Tomás colheu 75,8% dos votos e Humberto Delgado 23,6%. Depois das eleições, o “General Sem Medo” manteve a sua atividade política na Oposição, no exílio, até 13 de fevereiro de 1965, dia em que é assassinado pela PIDE.

 

1 DELGADO, Humberto. Tufão sobre Portugal documentos para a história. Rio de Janeiro: Ed. Germinal, 1962, p. 56

2 Idem, ibidem, p. 42

3 REIS, Joana. Uma campanha americana. Humberto Delgado e as eleições presidenciais de 1958. Lisboa: Tinta da China, 2019, 227

4 Idem, ibidem, p. 253

 

FOTO: Manuel Pinheiro da Rocha, [Campanha da candidatura do general Humberto Delgado às eleições presidenciais de 1958, no Porto: Humberto Delgado saúda a multidão], PT/CPF/PR/000006. Imagem cedida pelo Centro Português de Fotografia.

Partindo de dois casos de intervenção recentes, a primeira edição dos Encontros na Moagem revela os trabalhos realizados e os principais obstáculos que se colocaram às equipas multidisciplinares que participaram no processo de conservação e restauro do património industrial integrado da Fábrica de Moagem da Antiga Manutenção Militar, núcleo em construção do Museu de Lisboa, e da Central hidroelétrica do Caldeirão, em Torres Novas, hoje um espaço museológico.
Diferentes especialistas vão partilhar os desafios com que foram confrontados nas várias fases de ambos os processos, desde o diagnóstico à tomada de decisão pela abordagem a seguir em cada caso, salientando o caráter pioneiro de algumas das soluções.
Promovido pelo Museu de Lisboa e pelo Município de Torres Novas, o tema deste encontro está intimamente ligado com os lugares em que se realiza. Enquanto que no dia 23 de maio são abertas as portas do Museu de Lisboa - Fábrica de Moagem, exclusivamente para este propósito, no dia 24 de maio os momentos de partilha e debate continuam na Central do Caldeirão de Torres Novas.
Mais informações:
www.museudelisboa.pt
www.museu.cm-torresnovas.pt
Entrada gratuita, mediante inscrição, até 17 de maio: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

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