Musealização da Central Hidroelétrica do Caldeirão – Torres Novas // Recolha de memórias e testemunhos dos trabalhadores
Continuamos com a recolha de mais testemunhos orais de trabalhadores/as para conhecermos melhor os processos, funções e dinâmicas laborais da central.
Desta vez tivemos a sorte de contar com o testemunho de Julieta Lourenço e as suas muitas histórias dos tempos passados na Central.
Aqui fica parte da conversa:
" Eu (Julieta Lourenço) e a minha colega (Luísa Cambé) estávamos no escritório. Entrava-se para o escritório central e depois no piso de cima, divididos por vários outros compartimentos estavam os gabinetes com as máquinas para fazer mapas estatísticos, mapas de vencimentos, lançar as existências de armazém e os mapas contabilísticos. Muito desse trabalho passava por mim... À terça-feira havia mercado e as pessoas aproveitavam para vir pagar a luz... À terça-feira havia sempre muita gente... Naquele tempo (anos 1970) praticamente a vida da vila era a indústria e quem trabalhava nas companhias fabris, a central, a metalúrgica (Nery), a fiação... "
“Tenho muitas saudades... Nesse tempo quando se via uma nova rua iluminada pela primeira vez era como se estivesse lá um bocado de nós... do nosso trabalho..."
(Julieta Lourenço, Torres Novas, 81 anos, escriturária da Central)