Testemunho de uma das mais nobres famílias torrejanas, a Casa Mogo de Melo, tem raízes que se perdem no passado torrejano.

Se, desta família, o primeiro ocupante conhecido foi Antão Mogo de Melo, em 1496, o lugar já anteriormente seria ocupado, ou por antecessores membros desta linha familiar, ou por pessoas que nada tinham que ver com ela.

No séc. XVI a tradição oral refere ter existido neste lugar a Torres do Conde (que é o actual Cruzeiro), torre de abrigo, com uma grande casa e armazém, onde os moradores da povoação da Atalaia se refugiavam dos ataques mouriscos. A denominação "... do Conde", será do séc. XV, referindo-se à propriedade destes terrenos pelo 1º Conde da Atalaia, Pedro Vaz de Melo.

Se a tradição for verdadeira temos aqui a ligação dos ocupantes deste espaço com a posterior família Mogo de Melo, uma vez que por via materna Antão Mogo de Melo era neto do dito Conde. Torne-se assim viável que há uma linha sucessória entre as gentes que, talvez desde o séc. XII, habitaram este lugar.

Não sabemos ao certo até quando esta família esteve instalada nesta casa, mas o último Mogo de Melo e Alvim, nascido em 1926, em Pedrógão, não residindo na altura neste solar torrejano.

Sabemos que em 1886 funcionava neste edifício o Colégio de Jesus, Maria da Congregação Religiosa das Irmãs Teresianas, que finda a sua actividade em 1910, aquando da implantação da República.

O edifício da Casa Mogo de Melo foi comprado, em 1922, pela Câmara Municipal de Torres Novas, que nele instala as Escolas Centrais Primárias, a Repartição de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública.

Na década de 30, Artur Gonçalves e Gustavo Pinto Lopes iniciaram as recolhas com vista à criação do museu, e instalaram os primeiros materiais na capela da casa (Capela de Nª Sª da Piedade), onde mais tarde, pela década de 50, funcionaram as oficinas da Escola Industrial, sedeada no actual edifício do CEPTON (antiga biblioteca).

A partir da década de 60 com a saída das escolas e repartição, a câmara instalou neste edifício algumas dependências suas, e deixou que outros serviços também se estabelecessem, nomeadamente alguns agrupamentos e colectividades da cidade.

Mas, a meio da década de 80, surge a ideia de recuperar o edifício, já muito degradado, para nele se reinstalar o museu municipal. As obras de recuperação iniciam-se em 1993, tendo o actual Museu Municipal Carlos Reis sido reinaugurado em 1994.

 

 

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