Na reunião camarária de 13 de julho de 2022, foi aprovada a adesão do Município de Torres Novas à APPI - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA PARA O PATRIMÓNIO INDUSTRIAL e à APAI - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL, ambas dedicadas à proteção, salvaguarda, conservação e valorização do património industrial.

 
Trabalhos de Maria Amélia da Costa Nery no Museu Municipal Carlos Reis (III)
Um baú pintado com motivos florais é terceira peça trabalhada pela artista Maria Amélia da Costa Nery que pertence ao acervo do Museu Municipal Carlos Reis e foi referida e estudada por Franklin Pereia no seu artigo dedicado à arte desta torrejana nascida em 1870 (faleceu em Lisboa em 1960).
Os ornamentos do baú, assinala o autor do artigo, foram «inspirados na Arte Nova». Este é um trabalho de natureza um pouco distinta dos referidos nos posts anteriores. Primeiro, a artista teve de modelar o couro humedecido e só depois pôde pintar o fundo e motivos florais para os quais se terá socorrido de uma técnica que dominava, e que se designa “guadameci” (pintura sobre folha de prata).

 
Trabalhos de Maria Amélia da Costa Nery no Museu Municipal Carlos Reis (II)
Hoje damos a conhecer mais uma peça do acervo do nosso museu: um baú em couro cinzelado pela mão da artista torrejana Maria Amélia da Costa Nery (1870-1960). Além dos apontamentos sobre as suas raízes familiares, já referidos, acrescentamos mais algumas informações sobre o seu percurso artístico, a partir do texto de Franklin Pereira, que estudou pormenorizadamente o trabalho da artista e, muito concretamente, as peças que se encontram à guarda do Museu Municipal Carlos Reis.

 
Ainda há relativamente pouco tempo, na edição do Almonda de 26 de julho de 2019, um artigo intitulado «No verão as festas são nas aldeias» anunciava um calendário de festividades para a única época do ano em que as nossas aldeias, cada vez mais desertas e envelhecidas, se preparam para receber os seus “filhos”. Vindas de outros pontos do país, ou mesmo de fora do território nacional, muitas famílias regressam à terra para gozar as férias de verão. Então, as ruas enchem-se de renovada alegria. Ouvem-se as vozes bem-dispostas de quem esperou o ano inteiro por estes dias estivais para reencontrar amigos ou pessoas de família. Finalmente, há miúdos na rua e, mesmo que se vá uns dias à praia, não se dispensa uma temporada cá na terra, de preferência na altura da festa de verão.

 
 
As formas de relevo são um património coletivo, contribuindo de forma indelével para a construção do sentimento de pertença do indivíduo a um determinado espaço. O ARRIFE da serra de Aire é uma escarpa de falha (geológica) que não passa despercebida a quem vive ou passa por Torres Novas, e que indica o início a sudeste do Maciço Calcário Estremenho.
Na Memória Paroquial do Alqueidão da Serra, redigida pelo prior Antonio Antunez de Mello, em 5 de abril de 1758, identificava-se bem a geomorfologia associada à serra de Aire, e concretizava-se a designação de arrife: “… a povoação do Vale da Serra fica sobindo-se já hum arrife da mesma serra (Serra de Ayres): que hé como hῦa muralha continuada, e serve de degrao para a serra e sobido o arrife faz hῦa grande planície, em que sobresahem muitas pedras e algῦas grandissimas.”
(vista do arrife desde as cercanias das Lapas, desenhada por Alfredo Fernandes Martins)
Martins, Alfredo Fernandes (1949) - «Maciço Calcário Estremenho, Contribuição para um estudo de geografia física.» (Imagem: op. cit, p 71)
Silva, Vasco Jorge Rosa da (2020) - «Serra de Aire em 1758», Nova Augusta, n.º 20, Torres Novas, Câmara Municipal de Torres Novas.

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