Um pé na eternidade
Quando viu o fotógrafo em acção de disparo, o Dr. Pontes hesitou, expectante, demorando mais um segundo a pousar o pé direito no chão. Ou então, sabe-se lá, teve o pressentimento de que, daquele disparo, sairia uma imagem para a eternidade e suspendeu o tempo - a suspensão do tempo é a condição da eternidade.
Preparava-se o Dr. Pontes para o ritual bi-dário de visitar o seu amigo Zé da Ana, ali a dois passos, onde a mulher do antigo atleta do Desportivo guardava segredo dos melhores carapaus de cebolada, costoletas panadas e pastéis de bacalhau de Torres Novas. Era uma casa afamada, conduzida com mão férrea por mestre Zé Pedro.
Hoje as casas estão caiadas da nossa modernidade, subsiste a calçada com a farmácia em PH, que a criançada da escola olhava com intrigante curiosidade. Tudo mudou, a farmácia mudou-se para longe, o Dr. Pontes viaja agora na dimensão da eternidade. Quem tem 50 anos e por ali passa, continua a vê-lo assomar à porta, como se o tempo estivesse suspenso na memória das coisas carregadas de memórias.
Imagem: Colecção particular

 
Formação do Plano Nacional das Artes no Museu Municipal Carlos Reis
Decorreu ontem a primeira sessão da formação “Cuidar: a programação cultural a partir da escola”, dirigida por Elisabete Paiva, no âmbito do portfólio formativo do Plano Nacional das Artes.
Professores e trabalhadores da cultura reuniram-se no Museu Municipal Carlos Reis em torno da contextualização da programação cultural e de como esta pode ser integrada em práticas pedagógicas e sociais, introduzindo o diálogo entre o público escolar e os ecossistemas culturais.
 
 

Da vila: estórias e curiosidades (2)
A última visita
Poderia parecer um plano de um filme neo-realista italiano, mas é apenas a saída das visitas do velho hospital, algures no início da década de 1970 do século passado. Nem sempre fora assim: desde a inauguração do hospital, em 1882, o que havia era uma rampa de terra de acesso à porta principal do edifício.

 
O artesão Joaquim Paiva nasceu em Lapas, Torres Novas, em 1930 e faleceu em 2010. Depois da reforma, decidiu dedicar-se a trabalhos em madeira, em geral representativos das suas próprias vivências e referências (músicos, santos, trabalhadores e trabalhos rurais, ofícios). As suas peças figuram em diversas coleções nacionais e internacionais de museus, como o Museu de Antropologia de Bristish Columbia, no Canadá.

 

Em 1891, Carlos Reis encontrava-se em Paris como pensionista do Estado. Frequentava a École des Beaux Artes e os cursos oficiais de Bonnat, Le Blanc e Martinez onde estudava e trabalhava. Nos tempos livres, visitava museus, galerias, o Quartier Latin, e a vida boémia de Paris.

Como todos os bolseiros, enviava de Paris quadros que atestavam o seu aproveitamento. É o caso da obra “Depois da tempestade”, datada de 1891, que pertence à coleção da Academia Nacional de Belas-Artes.

 

Referência: «Carlos Reis», de Pedro Carlos Reis, edição de ACD Edições, 2006

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