João de Andrade Corvo nasceu em 30 de janeiro de 1824 em Torres Novas. Filho de um miguelista convicto, tomou o partido liberal depois de observar as convulsões das lutas entre absolutistas e liberais, chocando-o o sectarismo violento dos absolutistas. Depois da Convenção de Évoramonte, a família Andrade Corvo partiu para Lisboa. Nessa cidade, João de Andrade Corvo frequentou o ensino preparatório, o Colégio Militar, a Escola Politécnica e a Escola Médica de Lisboa, onde estudou matemática, ciências naturais e medicina. Foi coronel de engenharia e lente da Escola Politécnica e do Instituto Agrícola, através da qual fora incumbido pela Academia das Ciências de estudar o mal das vinhas da Madeira.

Na política estava próximo do Partido Regenerador e foi membro do governo, deputado e par do reino. O primeiro cargo que exerceu foi o de deputado, eleito em 1865 pelo círculo de Idanha-a-Nova, dando especial atenção ao problema da instrução pública. Em 1866, convidado pelo primeiro-ministro Joaquim António de Aguiar, assumiu as funções de Ministro das Obras Públicas, Comércio e Indústria. Foi durante o seu ministério que se promulgaram medidas importantes no âmbito da agricultura, indústria e infraestruturas, como a fundação do crédito agrícola, ainda que não tivesse vingado, o apoio às indústrias e a construção da linha férrea do Minho e Douro. Inspirado pelos projetos de lei inglês, prussiano e francês sobre o cooperativismo, apresentou em 1867 uma proposta de lei sobre as sociedades cooperativas, sendo emitida Carta de Lei por D. Luís I a 2 de julho do mesmo ano. Este diploma inaugurou a legislação portuguesa sobre a orgânica cooperativa, sendo apelidada por Raul Tamagnini “Lei Basilar do Cooperativismo Português”.

Com o movimento da “Janeirinha”, Andrade Corvo voltou à Câmara dos Deputados, eleito em 1869 pelo círculo de Soure. No ano seguinte, fora nomeado par do reino. Mas a sua carreira política não se ficara por aí. Em 1871, Fontes Pereira de Melo convidou Andrade Corvo para Ministro dos Negócios Estrangeiros, cargo que aceitou e acumulou, no ano seguinte, com a pasta da Marinha. Neste ministério, a sua atividade foi preponderante, com a compra de novo material náutico, como o couraçado Vasco da Gama, a reorganização da orgânica do corpo de marinheiros ou o impulso de obras públicas nas colónias africanas. Foi também por esta altura que se destacou na propaganda a favor da abolição da escravatura nas colónias.

Em 1877, o Governo que Andrade Corvo integrava foi demitido, mas o torrejano voltara ao poder no ano seguinte, novamente com a pasta dos Estrangeiros. Nesse Governo negociou com a Inglaterra os tratados da Índia e Lourenço Marques. Este último provocara uma grande celeuma nacional, caindo o ministério em 1879. Andrade Corvo, consternado, não regressou mais à política nacional. Ainda esteve como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de Portugal em Madrid e Paris, mas a doença e os desgostos políticos, particularmente o que desembocou no ultimato inglês, ditaram o seu falecimento em 16 de fevereiro de 1890, na cidade de Lisboa.

 

Calendário

Eventos

Seg. Ter. Qua. Qui. Sex. Sáb. Dom.

Outros sites

Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes Ano Europeu do Património Cultural

A sua opinião conta