Musealização da Central Hidroelétrica do Caldeirão – Torres Novas //
Neste processo de recolha, contámos com o testemunho do Dr. Rui Alves Vieira
«Desde 2003 que me interessei em colaborar com o Município de Torres Novas nos projetos de recuperação do edifício da central elétrica do caldeirão, que já se encontrava nessa época, em estado de deterioração e abandono, mas que, em 2003 ainda não tinha sido vandalizado, como veio a acontecer mais tarde, por volta do ano de 2008. Felizmente que está a acontecer esta recuperação. Alegro-me imensamente com isso, e é caso para se dizer: “- Já não era sem tempo!”.
Na verdade, desde pelo menos há cerca de duas décadas que o município mostrou interesse em desenvolver procedimentos que visassem a elaboração de projetos de recuperação e preservação deste património. Desenvolvi em articulação com as entidades competentes e contando com a colaboração de várias pessoas, de forma completamente desinteressada, um trabalho de acompanhamento do que se pretendia fazer a nível de recuperação, entre 2003 e 2012 (sensivelmente). Procurámos envolver alguns antigos trabalhadores, e realizámos registos fotográficos documentando o estado de conservação das máquinas. Os levantamentos nesta época, demonstraram-nos que, até 2008 as máquinas ainda estavam em bom estado de conservação, mas todo o edifício já apresentava uma enorme vulnerabilidade. Estas situações foram devidamente reportadas às entidades competentes, tendo em conta várias conversas que fui mantendo com a Associação de Defesa do Património de Torres Novas, que desenvolveu neste processo de preocupação e sensibilização para a preservação do património existente, um papel importante.
Este projeto, contemplava também um espaço museológico que implicava manter as máquinas e os mecanismos originais da central devidamente estudados e conservados. O projeto contou ainda, com visitas de dirigentes e técnicos da Fundação EDP que ao longo de alguns meses nos ajudaram a realizar um relatório que incluía o estudo do nível do caudal do açude e da levada, destacando a importância da central do caldeirão referenciada como rara, no contexto de centrais hidroelétricas integradas em centros históricos. Para além destas visitas, pensou-se ainda numa agenda programática interessantíssima ligada à rede de ciência viva. É bom saber que no atual projeto de musealização em curso, se mantêm as preocupações com a agenda de ciência, com um programa de oficinas que transmitam a mensagem da sustentabilidade energética para o futuro e da defesa dos recursos naturais do ponto de vista das transformações energéticas para as novas gerações. (…)”.
Rui Augusto Reis Alves Vieira.
Natural de Torres Novas, 67 anos.
Geólogo de formação, filho do
médico autarca António Alves Vieira (1913-1985)

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