São antigas as relações comerciais entre a antiga vila da Pederneira, onde residia a comunidade piscatória da actual Nazaré, e Torres Novas. Já na idade média o peixe vinha daquela praia para o mercado de Torres Novas, como se pode constatar nos “Costumes de Torres Novas”, documento do século XIV. Com o início das práticas balneares, em finais do século XIX, a Nazaré passou a ser o destino privilegiado dos torrejanos para o passeio anual a ver o mar, geralmente em Setembro. Passeios de um dia apenas, para a maioria das pessoas: só os mais abonados, uma ínfima elite, possuía meios para passar uns dias nas pensões que então nasciam praticamente junto à linha do mar.
Foi continuando essa relação entre nazarenos e torrejanos: até o futebol servia de pretexto, já que nos anos 20 do século passado o Torres Novas Football Clube tinha o costume de abrir a época com um jogo na Nazaré.
Esta fotografia, dos anos 50, quando a frequência da praia estava um pouco mais democratizada, mostra um grupo de jovens raparigas torrejanas junto à “Casa Almonda”, propriedade de um torrejano. O edifício, situado muito perto do São Miguel, encontra-se na actualidade precisamente assim, sendo o único não recuperado daquela frente urbana da vila. Ainda se nota, vendo com atenção, os vestígios dos letreiros que ostentava nessa década de 50 do século passado.