Musealização da Central Hidroelétrica do Caldeirão – Torres Novas // Recolha de memórias

e testemunhos dos trabalhadores.

Procurando obter os testemunhos dos trabalhadores, e conhecer melhor as dinâmicas laborais da central, fomos ao encontro do Sr. César Sá, a quem agradecemos a disponibilidade para colaborar neste processo.

 «Entrei para a Empresa Industrial de Eletricidade do Almonda com 14 anos, em junho de 1973. Fiz a entrevista, e colocaram-me no serviço do escritório a ajudar a Sra. Maria Luisa. Estive no primeiro dia a ler e registar as leituras dos contadores domésticos do concelho para faturação. A máquina para fazer os mapas era a que tinha o carro maior um pouco maior que a máquina de escrever de escritório normal. No segundo dia, o meu trabalho foi selecionar moedas de 1 tostão e 2 tostões e eu enchi 2 baldes! Depois o Sr. José Maria Tavares veio ter comigo e pediu-me para ir ao Banco Ultramarino. Levei uma pasta de cabedal e não sabia o que lá estava dentro. Cheguei ao balcão e entreguei a pasta ao Sr do banco, onde contavam o dinheiro por vácuo e passavam o recibo. Na altura, eu não fazia ideia do que estava dentro da pasta. Simplesmente trazia o recibo e entregava ao responsável que era o Sr. Manuel Piranga. Experimentei esse serviço, mas como vinha mais habituado ao ar livre, fui falar com o patrão e pedi para ir para a parte de eletricidade, o Sr. José Maria disse-me que sim, para falar com o Sr. Vasco que era o encarregado geral da empresa e passei para o sector de eletricidade. O Sr. Vasco colocou-me a acompanhar o Sr. Semedo Carolino com quem fui trabalhar para aprendiz de eletricista, até se formarem mais tarde as equipas e passar a oficial. A partir daí todo o meu percurso profissional foi ligado à eletricidade. (…)»

(continua…)

 

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César Sá

Eletricista da Central

Torres Novas, 62 anos