Atraídos por um suposto encontro com oficiais oposicionistas do exército, Humberto Delgado e Arajaryr Campos, sua secretária, foram apanhados no dia 13 de fevereiro numa emboscada, tendo sido assassinados por uma brigada da PIDE, chefiada por Rosa Casaco. O homicídio ocorreu em Villanueva del Fresno, onde hoje se encontra um monumento que, simbolicamente, marca essa data para que não seja esquecida a memória do “General Sem Medo”. 

Humberto Delgado foi promovido a marechal da Força Área a título póstumo e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional no dia 5 de outubro de 1990. Em sua homenagem, foi atribuído o nome Humberto Delgado ao aeroporto de Lisboa e, por todo o país, encontramos estátuas e memoriais em sua honra e vemos o seu nome repetido na toponímia, um pouco por toda a parte.

 

Humberto Delgado afrontou o regime de Salazar com a sua candidatura às eleições presidenciais de 1958. Durante a campanha deu visibilidade às vozes de muitos homens e mulheres que saíam à rua em demonstrações de apoio por um Portugal novo, livre, numa avalanche de esperança democrática. 

Mas o regime mobilizou-se prontamente para a fraude eleitoral, tendo os resultados oficiais dado a vitória ao candidato da União Nacional, Américo Tomás. O rescaldo das eleições proporcionou movimentos grevistas e de protesto bem como a organização de estruturas oposicionistas, como o Movimento Nacional Independente. Humberto Delgado foi alvo de um processo disciplinar, o que o levou a refugiar-se e pedir asilo político na Embaixada do Brasil em 1959. No exílio, Delgado estabeleceu contactos com os oposicionistas portugueses do exterior e com o governo republicano espanhol exilado. Participou e assumiu responsabilidades políticas nas ações da tomada do navio Santa Maria (1961) e no assalto ao quartel de Beja (1961-2) tendo, para isso, entrado clandestinamente em Portugal. Do Brasil, após uma passagem pela Checoslováquia, fixa-se na Argélia, em 1963, onde toma contacto com a Frente Patriótica de Libertação Nacional e assume a chefia do seu órgão diretivo, a Junta Revolucionária Portuguesa. Humberto Delgado e mais um grupo cisionista da Frente Patriótica fundam em 1965 (12 de janeiro) a Frente Portuguesa de Libertação Nacional.

No dia 13 de fevereiro, H. Delgado e a sua secretária são assassinados por uma brigada da PIDE. Nesse mesmo dia, uma comissão de juristas da Liga Internacional dos Direitos do Homem desloca-se a Espanha e a Portugal para investigarem o seu desaparecimento. No dia 24 de abril de 1964 dá-se início ao inquérito judicial espanhol. A 28 de abril de 1965, Mário Soares oferece os seus serviços à família de Humberto Delgado para a representar no processo de denúncia crime.

 

Para saber mais:

Casa Comum (arquivo Fundação Mário Soares e Maria Barroso)

http://casacomum.org/cc/pesqArquivo.php?termo=assassinato+humberto+delgado

Museu do Aljube

https://www.museudoaljube.pt/fundo-oliveira-pio/

https://www.museudoaljube.pt/doc/humberto-da-silva-delgado/

https://www.museudoaljube.pt/doc/55-anos-do-assassinato-de-humberto-delgado-e-arajaryr-campos-13-de-fevereiro-de-1965/

Aquivo RTP

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/30o-aniversario-da-morte-de-humberto-delgado/

 

As inscrições terminam hoje!

Participe, enviando um email para Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ou através do telefone 249 812 535.

 

CHUDE RECEBE APRESENTAÇÃO DO LIVRO "ELAS ESTIVERAM NAS PRISÕES DO FASCISMO"

No mês marcado pelo assassinato de Humberto Delgado, vítima de uma emboscada da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) no dia 13 fevereiro de 1965, a programação de fevereiro do CHUDE-Centro Humberto Delgado pretende ser, também, uma homenagem a todas as pessoas que foram presas, torturadas e mortas pela PIDE.

Além do programa regular do serviço educativo e das visitas acompanhadas, no dia 18 de fevereiro, às 15h, será apresentado no CHUDE o livro «Elas estiveram nas prisões do fascismo», uma edição da URAP-União dos Resistentes Antifascistas Portugueses.

José Pedro Soares, coordenador da URAP e ex-preso político, fará a apresentação do livro, que «procura dar uma contribuição para, como elementar justiça, resgatar de um relativo esquecimento o relevante papel das mulheres portuguesas no combate à ditadura fascista». Esta obra, além das histórias da prisão, inclui uma listagem de mulheres presas e dados estatísticos sobre as prisões e as cadeias. As ex-presas políticas Ana Abel, Bárbara Judas e Georgina Azevedo estarão presentes nesta sessão, trazendo à conversa o seu testemunho enquanto vítimas dos violentos métodos da PIDE, as suas histórias de luta e resistência.

 
O CHUDE-Centro Humberto Delgado lembra algumas figuras e alguns acontecimentos, decorridos no século XX, no mês de janeiro (em anos diversos), e que foram marcantes na luta contra a ditadura portuguesa. (Parte 2)
1961
No dia 21 de janeiro de 1961, inicia-se a “Operação Dulcineia”, cujo objetivo era dar início a um golpe de Estado para derrubar o regime.

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