Hoje ainda pode visitar na antiga praça do peixe na rua atriz Virgínia a exposição “Não foi minha intenção”.


Trata-se de uma exposição de Duarte Correia, João Faria, Pedro Marujo e Tomé Mira, com curadoria de Mafalda Duarte Barrela, e é o resultado do trabalho que os quatro artistas realizaram no âmbito da primeira edição das Residências Criativas Novas Artes, inseridas no programa de arte contemporânea emergente do Município de Torres Novas, o EMERGÊNCIA.

Neste projeto, os criativos torrejanos exploraram o território local, os seus materiais, paisagens, vivências e memórias de formas plásticas diversas, numa mostra que inclui pintura, fotografia, escultura e cruzamentos entre estas disciplinas. O processo criativo foi questionado, assim como a intencionalidade que existe (ou não) durante o mesmo na conceção de significado.

Visite ainda hoje até ás 18:00 horas.

 

Autores torrejanos IV – Faustino Bretes (1902-1986)

 

Faustino Bretes nasceu em Torres Novas no dia 11 de outubro de 1902. Foi sindicalista, político, escritor, poeta, jornalista e investigador. Fundou a União dos Trabalhadores de Torres Novas, em 1920, o Sindicato Metalúrgico e o da Construção Civil, em 1924.

Graças à sua atividade política foi preso e perseguido. Escreveu vários textos de natureza diversa. Hoje damos a conhecer, através da coletânea de Joaquim Rodrigues Bicho, algumas das suas quadras, publicadas na obra «Sol de Outono«, em 1968.

 

Com a queda da monarquia extingue-se a Sociedade Silva Porto, fundada por Carlos Reis em 1900.
A Sociedade foi um dos movimentos que Carlos Reis impulsionou junto dos seus alunos da Escola de Belas Artes de Lisboa, organizava saídas de campo por todo o país, para registo da paisagem, e realizava anualmente uma exposição coletiva dos seus membros para mostra dos trabalhos realizados nas excursões artísticas sazonais.

Autores torrejanos III – Maria Lamas (1893-1983)

 

Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas nasceu em Torres Novas, no dia 6 de outubro de 1893. Filha de um comerciante de tecidos, maçon e republicano, foi educada segundo princípios pouco comuns entre as meninas do seu estrato social. A família proporcionou-lhe o acesso ao ensino, à leitura, às artes. A sua carreira dividia-se entre o jornalismo e a escrita literária. Em 1929 começou a trabalhar no jornal O Século, onde foi redatora e, mais tarde, diretora do Modas e Bordados.

A partir de 1940 começou a ser bastante ativa a sua intervenção política, através do Conselho Nacional de Mulheres Portuguesas e do Movimento Democrático de Mulheres. Por causa da ligação ao Movimento de Unidade Democrática viu-se obrigada a sair do país em 1961 (havia sido presa, pela primeira vez, em 1949). Foi presa diversas vezes. A obra As mulheres do meu país resultou do seu empenho na luta pelos direitos das mulheres. Para a escrever viajou pelo país inteiro, contactando diretamente as suas protagonistas e complementando as observações escritas com fotografias que a própria fazia.

No exílio, em Paris, recebia intelectuais, a família, os amigos, exilados políticos e emigrantes que procuravam alguém que os ajudasse a arranjar trabalho. Participou em congressos pela paz, em vários países do mundo. Viajou inúmeras vezes e, depois do 25 de Abril, não deixou de marcar a sua posição na vida política nacional, tendo sido militante do Partido Comunista Português. Antes e depois da sua morte, em 1983, foi alvo de várias homenagens e «concedeu-se o seu nome a ruas, jardins e escolas».

A sua obra literária é vasta, tendo publicado diversos romances, com o seu nome ou o pseudónimo de Rosa Silvestre. Hoje, transcreve-se aqui um extrato da sua obra «O vale dos encantos»:

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