Esta tarde o museu esteve fechado um par de horas. Uma missão triste, mas necessária, fez-nos ter de fechar a porta para que pudéssemos acompanhar o nosso colega Paulo Matos, nesta sua última travessia.
O Paulo chegou ao Museu Municipal Carlos Reis há cerca de 8 anos. Antes tinha sido calceteiro, trabalho raro e artístico. No seu novo posto de trabalho fez muitas coisas diferentes. Estudou demoradamente a casa e as histórias que a habitavam, o que não era difícil para quem, como ele, devorava livros. Recebia todos os que nos visitavam com a sabedoria e a simpatia que o caracterizavam. Não podemos aqui dizer tudo o que queríamos sobre o Paulo, nem é preciso. Basta não o esquecermos e continuarmos a abrir as portas do museu com a mesma cordialidade e alegria. Outros, que com ele conviveram, em diferentes contextos, guardarão outras memórias, mas nesta casa, Paulo, nós guardamos um bocadinho de tudo o que nos deu. Bem-haja!

 
Formação do Plano Nacional das Artes no Museu Municipal Carlos Reis
Decorreu ontem a primeira sessão da formação “Cuidar: a programação cultural a partir da escola”, dirigida por Elisabete Paiva, no âmbito do portfólio formativo do Plano Nacional das Artes.
Professores e trabalhadores da cultura reuniram-se no Museu Municipal Carlos Reis em torno da contextualização da programação cultural e de como esta pode ser integrada em práticas pedagógicas e sociais, introduzindo o diálogo entre o público escolar e os ecossistemas culturais.
 
 

 
Um pé na eternidade
Quando viu o fotógrafo em acção de disparo, o Dr. Pontes hesitou, expectante, demorando mais um segundo a pousar o pé direito no chão. Ou então, sabe-se lá, teve o pressentimento de que, daquele disparo, sairia uma imagem para a eternidade e suspendeu o tempo - a suspensão do tempo é a condição da eternidade.
Preparava-se o Dr. Pontes para o ritual bi-dário de visitar o seu amigo Zé da Ana, ali a dois passos, onde a mulher do antigo atleta do Desportivo guardava segredo dos melhores carapaus de cebolada, costoletas panadas e pastéis de bacalhau de Torres Novas. Era uma casa afamada, conduzida com mão férrea por mestre Zé Pedro.
Hoje as casas estão caiadas da nossa modernidade, subsiste a calçada com a farmácia em PH, que a criançada da escola olhava com intrigante curiosidade. Tudo mudou, a farmácia mudou-se para longe, o Dr. Pontes viaja agora na dimensão da eternidade. Quem tem 50 anos e por ali passa, continua a vê-lo assomar à porta, como se o tempo estivesse suspenso na memória das coisas carregadas de memórias.
Imagem: Colecção particular

 
O artesão Joaquim Paiva nasceu em Lapas, Torres Novas, em 1930 e faleceu em 2010. Depois da reforma, decidiu dedicar-se a trabalhos em madeira, em geral representativos das suas próprias vivências e referências (músicos, santos, trabalhadores e trabalhos rurais, ofícios). As suas peças figuram em diversas coleções nacionais e internacionais de museus, como o Museu de Antropologia de Bristish Columbia, no Canadá.

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