Musealização da Central Hidroelétrica do Caldeirão – Torres Novas // Recolha de memórias e testemunhos dos trabalhadores

Continuamos com a recolha de mais testemunhos orais de trabalhadores/as para conhecermos melhor o funcionamento da central, e as dinâmicas laborais e sociais. Neste caso o registo do testemunho de um funcionário do piquete de eletricistas da central, o Sr. José António Carolino:

" Fui trabalhar para a Central do Almonda como aprendiz de eletricista e ajudante apenas com 13 anos, fui admitido em março de 1967. Comecei por ajudar os eletricistas mais velhos e acompanhá-los, fiz de tudo um pouco na parte elétrica, desde a parte da instalação, à reparação de avarias, e até reparação de eletrodomésticos, tive sempre o interesse e o gosto em querer aprender mais.

Certa altura, nos meados dos anos 1970, o patrão Sr. José Maria Tavares mandou-me chamar, a mim e mais um grupo de 2 ou 3, porque era necessário reforço de eletricistas na empresa de papel do Almonda, a Renova, de que ele também era sócio. Estive a fazer trabalho de instalação e estudo de circuitos na Renova por mais de 3 anos... Aí é que eu aprendi o que era realmente a energia elétrica e a eletricidade! Como escola e prática foi excepcional no meu percurso. Depois desse trabalho voltei ao Caldeirão. Era difícil... os ordenados eram muito baixos e só depois do 25 de Abril, quando passámos para a EDP, é que tudo mudou. Foram 40 anos de trabalho com colegas que me estimaram onde havia camaradagem e entreajuda. Sempre demos o nosso melhor mesmo com as poucas condições que havia. Eletrificou-se Torres Novas, mas depois tínhamos mesmo que passar para outra escala. Passou a ser necessário mais potência e passou a haver mais consumo e o Almonda já não tinha capacidade de resposta (...)".
José António Carolino, Torres Novas, 68 anos. Eletricista da Central

Calendário

Eventos

Seg. Ter. Qua. Qui. Sex. Sáb. Dom.

Outros sites

Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes Ano Europeu do Património Cultural

A sua opinião conta